Mineral especial é fundamental para alta tecnologia do futuro


Já ouviu falar de Lantanídeo, Praseodímio, Samário? E de Gadolínio e Európio?
Tinha na Tabela Periódica de quando voces estudavam para o vestibular. Ainda tem, claro.
Estes minerais - 17 elementos químicos chamados "Terras Raras" - são usados em alta tecnologia presentes no nosso dia-a-dia e que vão dos auscultadores, colunas de som e smartphones até aos sistemas de orientação dos misseis, passando pelos processadores, memórias, turbinas eólicas e os automóveis híbridos e eléctricos. 
A crescente importancia de High Tech podem vir a transformar as Terras Raras no petróleo do século XXI.
No Brasil a CBMM produz 95% do Nióbio que faz a carroceria dos veículos ficarem 5 a 15% mais leves na liga Ferro-Nióbio.
A Vale está procurando Terras Raras.

Veja o artigo do Rodrigo Leite de ontem / 16/04/2012 
Teremos que nos preocupar em encontrar nossas fontes.


**Comentários no site. 

As atenções no setor de Terras Raras estão voltadas para a China, após a criação de uma associação do setor composta por 155 membros. 

A criação da Associação da Indústria de Terras Raras, que é um conjunto de 17 minerais utilizados em produtos tecnológicos, veio como resposta à União Européia, Estados Unidos e Japão que entraram com uma reclamação junto à OMC. A China havia estabelecido cotas de exportação com o intuito de beneficiar a indústria tecnológica do país e atrair indústrias estrangeiras Além de estabelecer tarifas de exportação para dificultar a competição internacional. As medidas protecionistas adotadas pela China influenciam o preço mundial e prejudicam os fabricantes de produtos tecnológicos como iPods, televisores, CD's, telefones celulares e equipamentos de energia limpa, baterias para carros elétricos, bem como a indústria armamentista. O país consegue influenciar o preço mundial das commodities, pois é o maior produtor de Terras Raras do mundo e detém 30% das reservas e 97% da produção mundial. 

O argumento Chinês para estabelecimento da cota de exportação para os minerais se baseia na proteção do meio ambiente, mas a recente criação da associação é mais uma demonstração de tentativa de proteção do mercado Chinês. A associação da indústria de minerais raros é composta pelos maiores produtores chineses, uma vez que a China não permite que empresas estrangeiras explorem os minerais em seus territórios. Sabe-se que a China, no entanto, não é o único país com grandes depósitos dos minerais. Os Estados Unidos, por exemplo, fecharam suas minas na década de 80, pois visava se beneficiar dos baixos preços do país asiático e porque a exploração gera grandes danos ao meio ambiente. Com base nisto, a China defende o seu direito de proteger os seus recursos limitando a exploração dos mesmos. 

A China, possivelmente, perderá o caso junto à OMC que vem buscando o impedimento de quotas nas relações comerciais entre países, mas será um processo longo. 
Por isso devem ser consideradas outras alternativas ao problema da oferta de Terras Raras. 
O Japão, por exemplo, está buscando uma aproximação da Mongólia, que também detém grandes reservas dos minerais. 
Os Estados Unidos e Canadá poderiam explorar suas minas inoperantes, mas optaram por parcerias com empresas australianas. 
No Brasil, recentemente, foram encontradas grandes reservas de alguns dos minerais, na Bahia, pela WMR, e no Pará pela Vale, que podem render mais de $8 bilhões á economia do país. 

Explorar essas reservas significa fornecimento contínuo dos minerais mas também representam produção mais cara e impedem competitividade com os produtos desenvolvidos no mercado chinês, com diferenças que podem chegar a 300%. Por isso, espera-se que os governos que se vêem prejudicados com a proteção ilegal chinesa venham retaliar as medidas protecionistas e afetar o comércio em outras áreas produtivas, gerando um transbordamento para outras áreas. 

Diante do atual cenário econômico, a China está se beneficiando do recebimento das maiores empresas de tecnologia do mundo que utilizam o mercado chinês para produzir com mão de obra mais barata e para obter os recursos necessários para os produtos tecnológicos. A disputa proposta na OMC deve ser longa. No entanto, para aumentar a competitividade dos seus produtos, os países desenvolvidos deverão impor sanções e medidas de retaliação contra a China a fim de pressionar o país a suspender as quotas de importação e permitir uma concorrência mais justa. Resta saber, até que ponto essas sanções podem afetar a economia chinesa e se a China será capaz de provar que as medidas adotadas visam, realmente, a proteção ambiental do país. Uma possível vitória da China junto à OMC parece distante, pois poderia gerar precedentes para o estabelecimento de quotas que são, exatamente, o "vilão" que a Organização vem buscando combater ao longo dos últimos anos. 

Rodrigo Leite é colunista do Engenharia de Minas News - 
Analista Internacional 


Comentários

Gabriel disse…
fiquei muito impressionado com o artigo. Muito bem escrito.
Parabens, Rodrigo

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